Quando sabemos qual é nosso propósito, o trabalho da alma se realiza da melhor forma possível através do nosso corpo. Um propósito claro elimina todas as dúvidas, pois identificamos aquilo que nos conduz à nossa meta ou nos desvia dela. A energia em nossas vidas é imensa quando uma clareza de propósito está sempre presente.Sônia Café, em “O Anjo do Propósito”
Definir objetivos, prioridades e estratégias a serem desenvolvidas durante o período que se inicia (ano ou semestre) com clareza e simplicidade, mas de forma eficiente, pode constituir a diferença entre o êxito ou o fracasso do esforço da equipe de educadores.
No começo do ano, toda atenção precisa ser voltada a esta oportunidade importante, em que é possível verificar o que vem dando certo, para fazê-lo de forma cada vez melhor e, quando forem diagnosticados problemas ou equívocos das experiências anteriores, para encontrar soluções e estabelecer novas formas de agir em grupo e individualmente.
Reuniões de planejamento
Recomenda-se que seja realizada pelo menos uma reunião de todos os educadores ligados ao Departamento de Educação Infantil ou de Evangelização comprometidos com o trabalho no novo período. Para amadurecimento das propostas e reflexões, outros encontros podem ser marcados, com temas sugeridos para se pensar em casa ou para pesquisa. Seja qual for o tempo de que se disponha, é fundamental trabalhar nestes momentos o entrosamento entre os trabalhadores. Ainda que não haja novos integrantes, uma atividade lúdica - um “quebra-gelo” - que propicie a descontração e a espontaneidade, vão ajudar muito nas etapas que vêm em seguida: avaliação do período anterior; definição clara dos objetivos; planejamento de ações.
Avaliação do período anterior
Pode ser feita uma breve retrospectiva, para que todos se situem com relação às suas dificuldades e observações. Embora a avaliação do trabalho educacional deva ser constante, esta é a hora de falar seriamente sobre erros e acertos das ações realizadas, sempre sem visar diretamente pessoas, ou mesmo atitudes específicas de uma pessoa.
Sugerimos uma dinâmica em grupo:
Para educadores: Reuniões de Avaliação
OBJETIVO: Avaliação do trabalho educacional realizado.
MATERIAL: Lousa ou quadro branco; folhas de anotação e lápis para todos.
COMO APLICAR:
- Não gosto de falar em pontos positivos e negativos, porque todo esforço tem algo de positivo, mesmo que não resulte naquilo que se espera. Então, costumo falar em "pontos fortes" e "pontos fracos".
- Um jeito gostoso de começar é fazer um resumo das atividades desenvolvidas no ano anterior, bem objetivo, para que as pessoas se situem no assunto. Aí, pede-se para as pessoas fecharem os olhos e perceberem como é que se sentem em relação ao que foi realizado.
- Pode-se pôr uma música suave, para favorecer a interiorização.
- Aí, pede-se que abram os olhos e escrevam um ponto forte (o que funcionou bem, deu bom resultado) e um ponto fraco (o que deixou a desejar) do trabalho do ano anterior. Peça que não enfoquem pessoas, mas fatos do grupo como um todo. (Nada de "A Fulana podia ter chegado mais vezes no horário", mas "Nem sempre conseguimos ter a pontualidade necessária.")
- Divida a lousa ou quadro ao meio, escrevendo PONTOS FORTES, de um lado e PONTOS FRACOS do outro. Cada pessoa vai lá escrever aqueles que observou.
- Depois, inicia-se um diálogo entre o grupo: Este quadro reflete bem a nossa realidade? Como nos fortalecer onde estamos fracos? Como fazer para manter e aperfeiçoar nossos pontos fortes?
A auto-avaliação pode ser feita em particular, com a ajuda de um questionário contendo perguntas como: Conheço bem minha missão? Qual é ela? O que me trouxe até aqui? Estou contente com o que tenho feito? Qual foi a melhor coisa que fiz este ano? Quando foi que me senti realmente um educador? Onde poderia ser ainda melhor que tenho sido? Qual minha grande necessidade? Como supri-la? Com quem poderei contar?
Definição clara dos objetivos
- Objetivos educacionais gerais, com relação a cada turma, serão definidos.
- Temas serão escolhidos para abordagem durante o período, com uma estimativa do tempo necessário a cada um.
- O principal objetivo é estabelecer bases para uma compreensão, criando situações que estimulem a reflexão.
- Perceber isto claramente, além dos objetivos específicos definidos para cada grupo de educadores e de alunos, é o que mantém os esforços na direção certa.
- É recomendável que cada educador estabeleça objetivos para si mesmo, a partir de sua auto-avaliação, e se empenhe em cumpri-los, sejam relativos à aprendizagem, ao relacionamento com colegas ou alunos, ao aprimoramento na tarefa ou à adoção de novas atitudes íntimas. Como esperar mudanças nos alunos, quando se permanece o mesmo?
Planejamento de ações
- O fator decisivo das ações planejadas é a ênfase dada o trabalho reflexivo e criativo, e não mecânico. Educandos que lida com os temas de forma concreta, contextualizada e agradável consegue criar intimidade com os conceitos e torna-se mais capaz de fazer conexões com a própria vida.
- Deixar alguns itens em aberto, e utilizar as primeiras aulas para conhecer a realidade dos alunos, é um bom modo de atuar com mais eficiência. Afinal, um planejamento não é um molde de gesso onde as pessoas se enquadram. Também não é um cronograma rígido a que todos se submetem, custe o que custar. Ele foi feito para facilitar, e não para emperrar a prática do educador. Eis por que precisa ser elaborado em grupo, e faz-se necessário discuti-lo periodicamente.
- Apoiar iniciativas dos alunos que favoreçam o companheirismo, a solidariedade e a curiosidade intelectual pode ser mais interessante, em termos de transformação interior, que cumprir à risca um plano, sobretudo se, no decorrer do ano, ele se mostrar desestimulante ou de baixo rendimento.
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